Na minha quase secreta melanconia
dissimulada atrás do cenário
de nome face
bem caracterizada de sorriso
maquiada de "segura de si"
algo como
"Nada me falta"
Mergulhei ...mas
não era mergulho
talvez nada
ainda que por breve instante
fez sentir-me que era tudo
e mais um pouco
e ainda mais
mais que tudo
mais que eu
mais que sonho
Brilho no olhar
coração palpitante
Nenhuma amargura
corpo
alma
pensamento
só doçura
pensamentos sintonizados
desejos alucinados
Num passe de mágicas
meu sorriso
já não era
(digamos assim)
uma estratégia de marketing
uma máscara
ia além das matemáticas
perspectivas
renascentistas
do antropocentrismo
das capacidades
interpretativas
sim
eu
certa
mais que reta
curva
do pensamento
de certa
estrada longínqua
além de mim
além mar
numa outra estação
por breve instante
TUDO
como outra vez queria estar
sem titubear
retornar
voltar
dizer que tenho toda a louca capacidade
de braços abertos mergulhar
de mãos vazias
( mente e coração repletos...cheios até)
abismo
nada levo
mas jogo-me com tudo
de alma inteira
faceira
e de volta ao sorriso
onde
de fato
nada se precisa ser
deixa apenas acontecer
E de longe
sem nada falar
ouvi
em letras garrafais
o desejo
do tudo por ele
por mim
e meu
por tudo
dele
e...
sonho
(nada é impossível de ser ...de acontecer)
sim eu
num sonho
eu um sonho
no pensamento
do fascinante sonho
que em mim habitava
e habita
mergulhei
na personagem onírica
efêmera luz dos sonhos
alheios
e a saltos largos
a dançar por eles
entre
florestas mágicas e fantásticas
na copa das gigantescas árvores
fada (quase) despudorada
eu um samba enredo
em língua estranha
a tentação
em forma de gente
distante e
onipresente
uma alucinada
de coxas saradas
piegas doçura
nas palavras encantadas
Nua em alma
entre mãos que desejavam
mergulhar
até chegar no tesouro
de nome corpo
tão presente
e tão distante
saída de emergência
para as dores da alma
de aromas enigmáticos
que variavam entre
o absinto do meu pescoço
e a baunilha marroquina
minha loucura
a crer que tinha em mãos
uma declaração
não sei ao certo
se era vacilante
carta de intenções
mal intencionadas
de destituir
do mundo
todo o pudor
tudo
ou só o nada
que é o sonhar
no mergulho de espontaneidades
deliciosamente indecorosas
todas as resistências
abandonadas
olhos míopes
espiando coisas
muito além
do que os olhos
podem ver
e muito além
simplesmente
vontades
um banho de tudo
perdidos no nada
entre
o tudo quero
e o nada posso
um oceano opressor
e a razão a falar
que em tempos de crise
está proibido sonhar
e meu sonho
voando
para outras bandas
volto ao mergulho
de mundo real
deixo de lado
a tragédia
aristotélica de nome
vida
e mergulho no intermezzi
entre tudo e nada
há de haver alguma coisa
e entre o sonho
e a realidade
o que será?
o que virá?
tudo
nada
ah ...cenas cotidianas
se forem vir ao meu ouvido
venham como
voz de um barítono
selvagem
e troque
toda e qualquer prudência
fazendo da cena
do desenlace
o ápice
obs(cena)
e tudo e nada
uma só coisa
e todas incertezas
ao alcance da mão
nada entre
em meio
ao meu
e ao teu caos
inteiros
dois
um
nada mais
tudo
não pode
ser tão absurdo assim
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