sábado, 30 de junho de 2012

Intermezzi





















Na minha quase secreta melanconia

dissimulada atrás do cenário

de nome face

bem caracterizada de sorriso

maquiada de "segura de si"



algo como

"Nada me falta"



Mergulhei ...mas

não era mergulho

talvez nada

ainda que por breve instante

fez sentir-me que era tudo

e mais um pouco

e ainda mais

mais que tudo

mais que eu

mais que sonho



Brilho no olhar

coração palpitante

Nenhuma amargura

corpo

alma

pensamento

só doçura


pensamentos sintonizados

desejos alucinados



Num passe de mágicas

meu sorriso

já não era

(digamos assim)

uma estratégia de marketing

uma máscara

ia além das matemáticas

perspectivas

renascentistas

do antropocentrismo

das capacidades

interpretativas



sim

eu

certa

mais que reta

curva

do pensamento

de certa

estrada longínqua

além de mim

além mar

numa outra estação



por breve instante

TUDO

como outra vez queria estar

sem titubear



retornar

voltar



dizer que tenho toda a louca capacidade

de braços abertos mergulhar

de mãos vazias

( mente e coração repletos...cheios até)

abismo

nada levo

mas jogo-me com tudo

de alma inteira

faceira



e de volta ao sorriso

onde

de fato

nada se precisa ser



deixa apenas acontecer



E de longe

sem nada falar

ouvi

em letras garrafais

o desejo

do tudo por ele

por mim

e meu

por tudo

dele

e...



sonho

(nada é impossível de ser ...de acontecer)

sim eu

num sonho

eu um sonho

no pensamento

do fascinante sonho

que em mim habitava

e habita



mergulhei

na personagem onírica

efêmera luz dos sonhos

alheios

e a saltos largos

a dançar por eles

entre

florestas mágicas e fantásticas

na copa das gigantescas árvores

fada (quase) despudorada

eu um samba enredo

em língua estranha

a tentação

em forma de gente

distante e

onipresente

uma alucinada

de coxas saradas

piegas doçura

nas palavras encantadas



Nua em alma

entre mãos que desejavam

mergulhar

até chegar no tesouro

de nome corpo

tão presente

e tão distante




saída de emergência

para as dores da alma

de aromas enigmáticos

que variavam entre

o absinto do meu pescoço

e a baunilha marroquina





minha loucura

a crer que tinha em mãos

uma declaração

não sei ao certo

se era vacilante

carta de intenções

mal intencionadas

de destituir

do mundo

todo o pudor

tudo

ou só o nada

que é o sonhar




no mergulho de espontaneidades

deliciosamente indecorosas

todas as resistências

abandonadas



olhos míopes

espiando coisas

muito além

do que os olhos

podem ver




e muito além

simplesmente

vontades

um banho de tudo



perdidos no nada



entre

o tudo quero

e o nada posso



um oceano opressor



e a razão a falar

que em tempos de crise

está proibido sonhar



e meu sonho

voando

para outras bandas



volto ao mergulho

de mundo real

deixo de lado

a tragédia

aristotélica de nome

vida

e mergulho no intermezzi



entre tudo e nada

há de haver alguma coisa



e entre o sonho

e a realidade




o que será?

o que virá?

tudo

nada




ah ...cenas cotidianas

se forem vir ao meu ouvido

venham como

voz de um barítono

selvagem



e troque

toda e qualquer prudência



fazendo da cena

do desenlace

o ápice


obs(cena)



e tudo e nada

uma só coisa



e todas incertezas

ao alcance da mão



nada entre



em meio

ao meu

e ao teu caos



inteiros

dois

um



nada mais

tudo

não pode

ser tão absurdo assim




















































































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