domingo, 18 de novembro de 2007

O TEMPO É UMA COOISA LOUCA












O tempo é uma coisa

extremamente louca

sem explicação
as vezes da forma
para coisas

distantes


em outras faz com que percam

toda e qualquer

significação


O tempo

é infinito

mas basta querer

pará-lo

para que o danado

se termine velozmente

O tempo

é brincalhão


zombeteiro até


pois


transforma coisas banais

em especiais


E coisas
pessoas
e lugares especiais


em banais



Experimente dar tempo ao tempo

quando puder

mas lembre-se

que o tempo nem sempre

lhe dá este tempo







sinto
meu tempo a se esgotar

E no curto espaço

que me resta

na trajetória dos ponteiros a rodar

sinto-me areia na ampuleta

a escorregar




tenho mais
o que fazer
do que falar das sensações
do tempo em mim
do tempo assim
a me transformar


a cada instante

novamente a me testar...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Tímidas estrelas


Tímidas estrelas

surgem

na aquarela multicolorida

pintada no céu

pela noite

com o entardecer


ambos criam

numa

brincadeira

silenciosa

esta singular

obra de arte


para humanos

e singelos olhares

que na vastidão

deste mundo

muitas vezes

passam

sem ver...


e poucos

conseguem

entender

esta doce

poesia cotidiana


Tímidas estrelas

alegram

a noite que chega

na estrada que cruzo


Tímidas estrelas

transbordam de meus olhos

diante da aqualera

única


mais única ainda

diante de meu olhar

a tornar-se a cada


quilômetro mar

sigo a andar...




terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sensações de fim de semana




Odeio os lacônicos
Odeio o silêncio e o vazio
Por parte daqueles que tão lindamente me completam
Odeio esse vento barulhento
Que é quase um pedaço de infinito
Gritando perturbadoramente em mim
Não consigo odiar a vista maravilhosa e imensa
Tão imensa quanto às dúvidas
E a imobilidade que há em mim

Mas odeio, por que preciso odiar
Para me sentir mais próxima deste mundo
Tão concreto
E incompleto

Odeio tudo que me emudece
Que me aprisiona
Mas neste instante
Queria apenas a segurança
Da indescritível prisão
De teus braços
O som de tuas palavras
A música de tuas gargalhadas
O afago de teus lábios

Mas também sei que odeio tudo isto
Esta fragilidade humana
De ter que sentir a todo instante
De ter que não querer odiar

Odeio por que sou humana
Transparente
Obediente
Odeio também ter que odiar
Mas como sinto
Me permito
Por inteiro este ódio
A me arrebatar

Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2007

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Crua poesia a bailar

Na
crua poesia
a bailar
Meu
universo particular
a vaguear

Imensidão


quase


alucinatória



Na arte


minha loucura


se permite


mergulhar


Meu ser:

pedaço de insensatez
em meio a
disciplina férrea
de nosso artístico
viver

Busca obstinada
pelo real valor
do que verdadeiramente
se é ...
_______________
(Ourinhos/SP dentro do teatro Miguel Cury
12/10/2007
trégua para produção-
minutos antes de receber a notícia que meu mestre havia partido
vendo ensaio da Companhia Thalmah de dança)

domingo, 11 de novembro de 2007

Renascimento

Renascimento de tudo

O fim tanto pode ser o final como o ideal

sintonia, meras sensações: estações da vida!!!

Embarques, desembarques...

Os dois lados da ponte
ou três
ou quatro

sei lá
Infinitos caminhos
Automóveis que vão e vem
viaduto, que une, reúne, desune, sobrepuja
cavalo puxando charrete
águas barrentas
cavalo de aço

passam

e eu passo

também(?)

E o alegre Porto ali tão perto e distante
a sorrir

pensamentos também passam
e longe se vão
lugares
momentos
coisas


pessoas

Me perco nas vagas e restritas possibilidades:

"para onde vou!?"

"no que sempre sou."

e "no que a cada instante deixo de ser."


ENCRUZILHADA

RITMO CALIENTE NAS IDÉIAS
nos devaneios

Algo me conduz

alucinada busca


Encontros sem fim

desencontros também

sedução racional

momentos não são em vão

Entrega sensorial

Instantes se perdem à toa

a vida passa numa boa

mas não acontece

sábio destino

mestre tempo

O certo não se sabe
se vive
se descobre


Sem temer
me jogo
levada
no doce balanço
não a caminho do mar

mas do
desvendar

sem condução

me conduzo

com nuca, braço, mão

corpo inteiro
a me segurar


O que me conduz é não me deixar conduzir.

É a certeza da mão heróica a me

a me guiar

a me amparar..

E então espetacularmente me atiro!!!
Sem pensar
RENASÇO!!!

(criação na viagem do Rio à Pelotas em 3/11/2007-passando por POA)

Eu me canso


Deste tudo fazer
deste trabalhoso descansar
queria mesmo
me aventurar

Queria deixar de ser pedra
que no seu quieto falar
deseja a todo instante
pôr-se viva a dançar

Tirar o peso das costas
as costas do encosto
para não me acomodar
sair correndo
pular
sem motivo
ou razão

O que eu queria
é não ter que explicar
o que faço
ou não faço
ou o que deixo de fazer
encontrar a tal da liberdade e lhe desafiar
dizer que ela é fraca
e que se ama
não sabe se jogar

Mas agora neste
instante
eu só queria uma coisa
adrenalina a me
renovar
suspiro
a semana
chegou ao fim
e resisti
no meu vaguear
no descanso a me cansar
o cansaço a me salvar
me reecontro novamente
perdida
sem a loucura
da rotina

Eu sei
eu me perco
eu me canso!!!

sábado, 10 de novembro de 2007

De flor em flor

De flor em flor: Maria
quase a voar
pousa
melhor seria
lhe chamar
de Mariposa
pois esta sempre a andar
de um lado para o outro
quase a voar

O que Maria queria
mesmo
era as vezes se permitir
pousar

Mas se Mari(a) pousa
num instante já quer voar
de flor em flor
de lugar em lugar

Maria vive a voar
mas um dia
Maria sabe
vai pousar

só não sabe aonde
ainda
só não sabe
o por que
e a razão


Maria
respira
e segue a voar
um dia ela
vôa
noutro
ela pousa
sem vacilar

basta coragem
Maria pousa
mas num instante
pode voltar
a voar

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sueños de mariposa


A natureza me manda recados
Os sonhos me dizem coisas
e as coisas parecem recados

E os recados são como sonhos
A vida é sonho
Já dizia o caldeirón
Y los sueÑos ...(??!!)
ah" los sueÑos"...

estão aqui em mim
e fora de mim
estão por tudo
a cada instante
nas coisas
nos recados
no silêncio

No teto a mariposa descansa
em seu breve sono
me faz sonhar

recados esquivos
que se perdem
que me acompanham
na quase madrugada de sexta


melhor dormir
melhor sonhar
ou fazer como Mariposa
sair por aí a voar

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Envuelta en mariposas




Envuelta en mariposas dejo a vida caminar
en el rítmo loco de tantas cosas
En la danza de las mariposas
se vivi intensamente
pero perdidamente

se vive la locura
sin tener tiempo

para pensar

y el efecto es como amar
sin tener el mañana
es una cosa increíblemente buena
pero terrible
casi sin explicación

es nadie
lleno de todo

el efecto mariposa
es perderse en todo
el tiempo todo
porque el tiempo se está por treminar
porqué las mariposas
se van a volar
para fuera de aqui
para lejos de mi

van a volar para fuera de si mismas

y yo siento todo
como mariposas
que vuelan
en toda su belleza
porque tienen
corto tiempo para acá estar

mariposas a me envuelver
a me seducir

y mi premito sueñar
que la vida és hecha
de besos de mariposas
belleza
poesia
hermosa metafora de la vida
ni lagarta
ni paisage
cosas buenas
y bellas
que no treminan
danza de mariposas
a mi redor
mi revuelve las ideas
sin ser conducida
se deja llevar
se tira a la vida
y baila
por el aire
y la vida sigue
y las mariposas
pasan

y las mariposas
vuelan

y las ideas
se trasforman
como lagartas
el tiempo todo
tornanse mariposas

flor de otoño
que sale de mi
primavera que me quiere acá
o alli

entonces la vida me envuelve
como se fuera
mariposa
a besarme
me hace
olvidar la razon

MARI posa
casi maria
pero siempre posa
mejor seria vivir como mari´posa

a volar por aí
a besar las flores

mejor seria
ser lo que se quiere
sin temer
casi
mariposa
ahora me voy
hora
de posar
sin saber al cierto donde

mariposa
posa
para no se dejar
llevar

Na ebulição da loucura







Vão se perdendo minhas idéias
vão transbordando meus desejos


na ebulição

não dá tempo para pensar em cada lição
não dá tempo de correr

só de ferver
sem saber


ebulição
é pura tensão
espontâneo sopro furioso
prá além de qualquer
louca razão
é mistura de tortura com sensação
atordoamento
do tempo
do espaço
do mundo

Ebulição
é tesão
ao contrário
é pedaço de prazer
que acaba em tortura do próprio ser
Ebulição é quase nada
é esse tudo
que não vem
eu bem sei
...
ou não
pois estou em ebulição
tonta na loucura de ser ou querer






quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Segredo do mundo




Dos mistérios da ciência
Desvendei o segredo do mundo
Estar sempre a girar.
A culpa do seu constante movimento
Que faz o tempo correr,
dançar
Quase voar
È da paixão louca
Que devota ele a Vida

Disse-me em segredo certa vez
Que se não fossem as paixões
Tudo pararia
Perderia seu ritmo
Sua cor
E ele andaria num passo
Inerte
Seria mero astro mergulhado
Na razão da eternidade
Sem paixão
A vida seria comida sem tempero
Corpo sem movimento
Prazer sem sensação

E isso não é invenção de artista,
Alucinação de poeta
Quem me disse foi o mundo
Interrompendo das suas infinitas piruetas
que dava no palco
que carinhosamente chama de universo
Falou-me sorridente
Que só se permitia parar
Por que não queria explodir
Humanamente precisava
de um ombro amigo para desabafar a paixão
Que devota de corpo, alma e movimento à Vida

Num piscar de olhos
Deu um giro
Tal exímio bailarino
E retornou ao seu eterno ritual

Seguiu sua dança cíclica
Para que as coisas não parassem
Para que as idéias dos homens
não cristalizassem

Neste dia deu-me
Um presente
Peça única
que hoje levo a todos os lugares
sem reclamar
mais que um amuleto
Deu – me a chave para viver
as mais singelas e sofisticadas sensações
Deu – me a peça mais íntima do meu viver
Meu maior brinquedo
Quase um oceano de prazer
Deu-me
Esta jóia rara de nome corpo
E de brinde veio o movimento
Que a todo instante traduz em gesto
Meu sentimento

È por isso que na minha qualidade de artista
Poeta arteiro
Ensino esta lição que aprendi com o mundo

Não esqueça de sua peça mais íntima
de nome corpo
E permita-se ser como o mundo

Amante
Apaixonado pela Vida
Viva intensamente
E pelo menos às vezes
deixe de lado a razão
E permita-se viver livremente
Cada momento

Como o mundo
Dance a vida
Com toda sua paixão!



quarta-feira, 24 de outubro de 2007

nada sei:mergulho


Eu sou assim mesmo
perdida nas idéias
por natureza
sou atriz mas não à toa

Mergulho intensamente
no que nem sei
mas mergulho
pois quem não se joga
não vive
e quem não vive sim
está a toa no mundo
sem razão
sem missão

eu mrgulho no nada sei
no tudo sei
no já não sei
no Tõ nem aí

mergulho
por que
tenho que mergulhar

E se falo bobagem
tudo bem
é por que nada sei...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Palco vazio

O palco de meu coração está vazio
O meu mestre partiu

Retirou-se para o urdimento do mundo

deixou -me com a missão de não esmorecer diante dos obstáculos

e com a força para lutar sempre em nome do TEATRO



Onde está
há sim palcos e mais palcos

e platéias cheias

aplaudindo

o belo espetáculo de sua vida


O vazio do nada sei


Eu sei que no fundo nada sei
mas no silêncio assustador desta
ainda quase manhã de segunda feira
sinto o vazio da saudade
a incerteza de tantas histórias
a dúvida de tantas coisas


mas também sinto como nunca a segurança
da força de meu trabalho
a responsabilidade de fazer acontecer
a obstinação
por ser cada dia mais
a essência do que me propus a ser

queria sinceramente, as vezes
ler os pensamentos das pessoas
entender seus sentimentos
expressar o que meu coração sente

mas vamos deixando a vida passar
e o espetáculo acaba
e muitas vezes não nos permitimos
fazer o que temos verdadeiramente vontade:
seja rir o chorar ou verdadeiramente aplaudir

eu queria dizer tanta coisa
e muitas vezes não digo

e desta forma o vazio de minhas idéias
enche-se
do nada sei

é quase coragem
é quase medo

são as idéias
e as sensações em choque
no vazio
desta vazia segunda feira

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O RIO de JANEIRO

REDUTO

De
Fevereiro março...
setembro
outubro...

O Rio
maravilha
de contrastes mil
que me faz feliz
mesmo
incompleta

Guria de botafogo
prima do outro lado da ponte
Méier sobrinha
Andando pela
praia quase vermelha
mais branca sou

o pão de açucar
é um coelho deitado
a urca a barriga
prá cima
se tivesse que botar fogo
seria na poluição
e na hipocrisia
que dia após dia
esta a destruir esta
cidade maravilha

garota de ipanema
idéias de menina
perdida por aqui
pensando no aí
E no que será
qu será.

Quer saber...
tô nem aí
guria mais linda
que passa
no doce balanço
a caminho
do desvendar...
Este
Rio Maravilha
que por ironia
não é Rio
é mar
è rir prá não chorar!!

Pensando


Eu tava aqui pensando
nas coisas desta vida
são tantos fatos
que se passam
são tantas pessoas
que vão e vem
são tantas recordações
tantas histórias
umas ficam
esquecidas
outras a todo dia
se constroem
São tantas e tantas sensações
que quando penso
já nem sei
é um
oceano
de fatos
presentes
e passados
é a vida dizendo
que é vida
e que os fatos
fazem ela andar
mas se a gente fica
parado
ela tende
a estagnar
sei lá
se me ponho a pensar
acho tudo tão simples
e não compreendo
por que a gente
quer sempre
a tudo complicar
a vida é uma loucura
não dá prá negar
só não é loucura
prá quem quer deixar tudo como está
E a loucura é de uma simplicidade
indescritível
por que faz que a gente viva
sem se preocupar
com a idiotice
que é pensar
na vida
prá ela complicar
Acabei de fazer isto
e acabei
problematizando
a vida
por estar nela a pensar

se tivesse coragem suficiente
apagava esta droga
e saia por aí
só prá sentir o dia
ao invés
de estar
aqui à toa a pensar...

domingo, 7 de outubro de 2007

coisa de louco



Não pense que eu sou louca
Sou!
Mas não pense jamais isto de mim
por que se fosse louca mesmo
não estava aqui escrevendo
tava aí
sei lá eu fazendo o que
mas fazendo
fazer algo é o que promove muDANÇA no mundo
é o que faz o mundo andar
não basta projetar é preciso executar
para esse mundo parado andar
Eu sei que as coisas que escrevo
são coisas de louco
mas não sou louca não
sou apenas feliz
e ser feliz é muito mais
que ser simplesmente feliz
é ser o que se é
sem permitir a acomodação encostar
sem deixar
as loucuras da vida
prá depois

não dá bola
tudo isso é coisa de louco

domingo


o que fazer numa besta tarde de domingo, entre sono, fome e Tv?
o que fazer senão pensar em trabalhar
desejar a segunda feira
rezar pro trabalho novamente me arrebatar
Se pudesse mudava o domingo prá segunda feira
se fosse louco o suficiente iria trabalhar
se o calor não fosse tanto
e a preguiça não reinasse
juro
mudava o domingo prá segunda feira

sábado, 6 de outubro de 2007

Eu queria dizer




Queria dizer, não...
Quero!
mas não digo
sou humana
e esta é a regra
não dizer o que se quer
não se ser o que se é

Sou louca
mas nem tanto assim
pois se fosse louca mesmo
diria sem medo tudo que estou afim

sem pensar no desfecho
desta coisa sem explicação
que tá o tempo todo em mim
este negócio de nome
SEM timento
que atordoa
a razão

esta ebulição
esta embolia
da razão na emoção

esta coisa que é quase gesto
mesmo parado
fica enviesado
preso no peito
escondido
atravancado
junto a este
desgraçado
do coração

Esta nata
de ilusão
que encobre
a verdadeira
emoção
de se desprender
de escapolir
solta por aí
de se libertar
da rima em ÃO

o que eu queria
dizer acho que já nem sei

MAs queria dizer
isso eu sei
QUeria não
Quero!
mas se fizer isso
Ih...
pode ter certeza
é por que já perdi a razão

Eu queria dizer...
o que ???

(se tiveres coragem
se perderes a razão
se mergulhares na emoção
acreditares no poder da sensação
não vaciles
me pergunte)

Posso ser
louca
mas ainda não perdi
por completo a razão

Eu queria dizer mas não consigo
me perdi nos devaneios
nesta minha louca alucinação
me perdi por que quis
pois sei
sabia
e sempre saberei
que ser insensato é melhor do que ser
assim como sou
è melhor do que
saber o que dizer
mas nada
querer dizer!!!
e nem dá prá acreditar
escrevi tudo isso
por que algo queria dizer
mas não disse
nada
e sigo
querendo
só que não sei
se de fato
quero...
e nem sei se de fato sei
realmente
o que queria dizer...