sábado, 6 de setembro de 2008

A deriva no NADA sei...




Eu queria poder fugir


e também aqui ficar




Eu queria ir


me perder


e me encontrar




Analisando em profundidade


já passei da marca


permitida ao meu


impensado mergulhar




já não sinto o ar


nem dentro


nem fora de mim




já não entendo o ser


perdido em seu vão


e ilusório bem estar




tão pouco entendo


o amar




perdi o que era belo


esqueci 

o que foi


o que não é


o que quer ser 
mas nào tem coragem de por inteiro se desnudar




entre o desespero e o pesadelo


perdida no meio do mar


simplesmente num infinito nadar




sem ar


pelo mar


por terra


por magia


por maravilha

&




entre virtudes


vazia de um indecifrável


silêncio virtual




inquietude real


angústia insistente


fascinante




No meio do mergulho


tudo insano


todos loucos


normais demais


já não era


já não sei


se é


ou talvez


um nunca foi


algo ficará


e o tanto passará






se vazio está


se encheu da ausência


infinitamente gritante


força que já não sei






parei


ar rarefeito


a penetrAR




meu corpo




pulMÃO




e dentro dele silêncio sepulcral


átrio


catedral de areia


meu corpo até o sem fim


e eu tão perto e distante




tudo dentro e fora de mim


como mariposas verdejantes...


fosforescentes


ao invés do ar


oceano perdido


e elas a nadAR


no nada


como se tudo ali estivesse


sem ser


sem estar




se era mergulho


afoguei-me no nada


no sei


no não sei




ansiei




mas nada posso afirmAR


me falta AR


e nada sei


nada


a desejAR


nada


a declarAR


apenas que não sei o que virá




...




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