sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Pátria da poesia de minha saudade




És a pátria distante
Das minhas mais humanas saudades
Das minhas mais divinas sensações
És mais que um aglomerado de cidades
Mais que um universo afrodisíaco de recordações

És parte de minha energia transcedental
Minha melhor iguaria
Meu banquete extra sensorial
Pátria emocional e intelectual
Onde cabem um sem fim de sentimentos
Os mais sensacionais pensamentos

Recanto onírico
Das mais loucas alucinações
Reserva ecológica de meus mais adolescentes sonhos

Teu desejo é um estado
Que me desnuda a razão
Uma multidão
Unida numa só respiração
Grito de gol
Leveza essencial a minha inspiração

Um lugar que não sei explicar
Não uma cidade
Ou um país
Todo um universo particular
O mais entorpecente vinho
Poesia vibrante ao mais lindo pôr de sol

Mais que as águas cristalinas
Pedaço de livro
Interessante capítulo
um louco lugar
todo um vale
saudade poética de meu ser
sem pedir licença
invade a cena  principal dos sonhos meus
iluminando minhas certezas e incertezas
sonho de consumo
que a distância
consome os lábios meus
aquece a minha alma

És mais que uma saudade
De uma pátria que não é minha.
És a ausência de minha razão
A iluminar minha emoção...


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Desejo, dúvidas e Amor





Por mais que digam que existe desejo sem amor...eu insisto em não acreditar neste fato...
Tenho minhas dúvidas quando me desejam, bem verdade, e quando desejo também me pergunto qual a fronteira que pode existir entre um e outro, pois sempre tenho a nítida impressão que desejo até pode ser louco desejo...mas jamais será isento de uma parcela de amor...ainda que esta parcela pese  humanamente desigual na balança dos sentimentos... desejar é sim amar...ainda que seja amar o ato de desejar...a resposta que alcançar o objeto desejado pode dar... amar o prazer que existe inevitavelmente no desejo alcançado... desejo é fome...e fome é sempre prazer...mesmo que o prazer habite em algo a que cremos que não amamos cotidianamente, ainda que aja a negação do amar...
Eu estou com fome...e com fome me ponho a comer arroz com feijão com se fosse caviar...( ou vice versa) e o prazer do desejo saciado...sempre tem uma parcela de: 
 eu queria e alcancei...
e ao alcançar ...
que delícia! 

Me lambuzo na resposta do desejo...e quem diz que isto não é temperado de amor... ???

Desejo um corpo...
O tenho ...
E ?
Por que desejo?  

Por que amo o prazer que me dá tê-lo nas mãos ou na imaginação...amo a sensação do prazer ...mas amar esta sensação será apenas uma atitude egóica...? Mera satisfação do ego e nada mais???
Quando deseja-se quer sim se ser correspondido ...e o desejo mútuo não será o início do amor ? o elemento que dilui e/ou decanta as resistências deste em nós?  a substância reveladora?

Não falo aqui de amor de mãe e filho...falo do amor carnal, sexual e espiritual e de todos os desdobramentos que possam ser irradiados através da vontade louca de dividir sensações que do corpo ascendem a alma e da alma ao corpo e ao mundo e sabe-se mais onde...

Amor que deseja tocar-se, ver-se e amar-se como resultado do desejo sentido, do desejo incessante... desejo do outro em si de si no outro...
Mas ser desejada sempre nos põe em dúvida!
E eu me pergunto ...
Por que o medo?
Mais ainda se desejo também... qual a insegurança que habita no desejo que me faz crer que ele existe isento do amor...? É uma dúvida sem explicação...

No coração não poderiam existir as  idiotas  regras sociais, onde  o desejo é ruim, é feio ...
onde existam as resistências ao desejo de se deixar ser desejado.

Desejo é ótimo! 
Ter a quem desejar é mais que demais! 
Ser desejada é um presente! 
E quando o desejo é mútuo o que dizer? 
Por que complicar? 
Por que resistir?

A resistência não seria também um objeto de se fazer desejar ...testar o tamanho do desejo... medir o desejo  do outro?

Entendê-lo se faz tão simples e complicado como amar...

O que eu digo ...
( embora seja ...faz o que eu digo mas não o que eu faço)

Se estiver sendo desejada, e desejar ...
dispa-se das asas de anjo e entregue-se 
deixe-se loucamente amar pelo desejo de quem quer lhe envolver!
Pelo desejo de quem está loucamente a te desejar!

Da forma que for possível ...
e buscando o impossível que há no fato de contactar-se pelo desejo e pelo amor...

Tudo é sempre divino ...basta que exista prazer...não apenas o prazer do gozo físico ...
mas o prazer de saber que na vida cabe algo mais que simplesmente proibir, dosar...
Tempere o desejo e amor com sinceridade e se deixe levar ...

Mas se estiver desconfortável... 
abra seu coração ... 
descomplique o que te complica e encontre o que quer... 
ou tenha certeza que não é isto que quer!

Aceitar os sentimentos é o mais difícil a fazer nesta vida... 
sejam eles sentimentos provindos do desejo,
da dúvida 
ou 
do amar!

 É simples e fácil dizer que se odeia, mas falar do desejo, aceitar o desejo...e ter coragem para dizer:

 Eu te desejo, Eu te quero, Eu te amo ...

 Isto faz a cabeça girar... e se for para girar...gire no chão, na cama...deixe a imaginação girar!

gire com o amor que habita no desejo mútuo.


Nesta vida não se vai a lugar nenhum sem desejar...


deseje, 

se deixe desejar...



e sobretudo

ame e se deixe amar...
( do jeito que for do jeito que der)



...

escrita ao som do seguinte mantra: 

http://www.youtube.com/watch?v=TDUdT5z_CBU





terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mergulho na ilusão


Iludir-se é vital...ainda que não deva  tornar-se habitual...
Eu me iludo ...tu te iludes...
E todos nós num momento ou noutro nos iludiremos... 
A ilusão é quase como o ar
 está em tudo e não a vemos...
e paradoxalmente a vemos até quando não está...
e a vemos do jeito que queremos...
é como o tratamento que damos a imagem de nome vida que temos.
Um photo shop pessoal nas vivências, 
coisas, 
lugares, 
pessoas, 
pseudo amores
...
é uma luneta mágica que surge no olhar, 
envolve o coração
e num passe de mágica faz colorir
 toda e qualquer razão que a vida possa ter.
Oxida a lógica e todo e qualquer fato.
Tem seu lado varinha de condão, 
faz que vejamos o pão seco sem manteiga
como alfajor...
crossaint com nutella...
brioche com creme...

Ainda que seja uma distorção da realidade 
causada por nós mesmos

não podemos esquecer que ela
é também uma forma dissimulada de otimismo e de força
e habita nos mais puros e vívidos sentimentos 
fazendo que o olhar se poetize frente a 
inexorável realidade mundana
e até nos dê poderes mágicos de enxergar coisas
viajar no tempo 
e no espaço
dominar os sonhos

É um alucinógeno delicioso...que faz a vida ficar tão linda
as pessoas tão magníficas, 
os momentos tão especiais...

e acaba sendo fácil até mesmo nos iludirmos frente a ela mesma

As atmosferas que envolvem a ilusão são tão incríveis...
maravilhosas
apaixonantes

e voar com elas torna-se até simples
normal 
natural...

e botar os pés no chão totalmente desnecessário...

A minha ilusão é que diante dela 
haja quem se iluda também comigo 
por mim
como me iludo pelos outros...
pois a vida fica tão sem vida sem cor 
sem AR 
ao vivenciá-la sem ilusão
extinguem-se as esperanças

Eu me iludo ...
e tenho pedido aos céus, 
a Deus e as forças sobrenaturais superiores 
que conheço e desconheço 
para que salvem minhas ilusões
salvem meu olhar poético(patético) e colorido 
frente as pessoas, 
as coisas 
salvem minha pureza
frente ao mundo

e que embriaguem-se com a ilusão 
do que eu também possa ser
do que eu não sou e nem serei
mas que ilusoriamente sonhei ser


E eu 
e você que está me lendo neste instante
 também somos ilusões
a poetisa e o leitor
todos ilusórios 
e belos ...
lindos...
aconchegantes
sábios 
espiritualizados
intelectuais
excitantes!

A ilusão arrasta como forte correnteza toda razão que possa existir...
e nesta enxurrada traz tantas coisas interessantes, 
tantas sensações
que não sucumbir a ela deixa tudo num vazio.

mas...se...
 através da ilusão não sabemos como as coisas são por si mesmas, 
como podemos ter certeza de que elas não o são? 

como podemos estar seguros de que a ilusão é de fato ilusória? 

Se a ilusão existe e é criada no cérebro 
como podemos ter certeza de que é uma ilusão
e não a razão de tudo? 

e se tudo é ilusão 
também o somos...
e se o somos
de que serve nos desiludirmos com os outros? 

pois bem
nós também somos a ilusão que causa desilusão no olhar do outro...

ao fim só me resta crer que se tudo é uma ilusão...
a realidade também é uma ilusão
logo não há nada mais real e humano que iludir-se

não nos iludamos...
iludir-se é o que há de mais verdadeiro nesta vida

só não deixemos que ela nos sufoque com seu véu inebriante
de perfeição!
não permitamos que não nos permitam 
de  vivê-la intensamente
 no antes 
no agora

no depois! 





Se você não entender estas palavras
console-se com a ideia de que elas 
não existem
são apenas
a minha
e a sua 
ilusão...

( ou não!?) 




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"Andiamo a casa!?" - devaneio sobre a palavra casa



"A Casa é onde estou ...a casa é onde quero estar!"

Esta é a canção que me vem em mente quando o trem parte da estação... mais uma entre tantas, passadas e outras esperadas... o que relato aqui...sonhei (talvez) quando adormeci dentro trem...

Na plataforma vejo que os olhos já distantes  permanecem em mim e... inacreditavelmente sei onde e como olham...

O trem se move... sinto medo ... um vazio talvez... e a costumeira vontade de chorar sob controle a olhos nus.. dentro de mim choro convulsivo...
 Lembro da sensação da minha primeira partida...quando deixei a casa dos pais para morar noutro país ...a sensação é igual... como se ali na estação  ficasse para trás minha casa...

Os olhos meus e de quem fica perdem-se na plataforma da estação já longínqua ... e eu vejo-os ainda!
Basta um instante para que eu já não esteja mais ali...

Estou dentro do carro...
 e depois de um dia no mar e passeios singelos por uma terra de sonhos...
 tenho a nítida impressão de ter um dejavu...ao ouvir a frase pronunciada docemente:

"Andiamo a casa?"

Casa?

Suspiro profundamente em meu dissimulado íntimo blindado... não sei se o dono dos doces olhos com sua alma sensível percebe o mergulho que involuntariamente sou conduzida ao ouvir a palavra que me diz...
e assim ...nas maravilhas mil de minhas fantasias e ilusões sou sugada a um país de nome casa...
 como se caísse no tal túnel da delirante personagem ...
 o que ecoa durante a queda:

CASA...CASA...CASA...CASA...CASA...CASA...CASA...

Instantaneamente pedaços de canções vem a memória... misturados e em diferentes volumes... é o ritmo que a palavra casa me conduz...e lá estou eu na infância... enquanto desenho uma casa cantando entre lápis de cores e pedaços de papéis...

"era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada..."

http://www.youtube.com/watch?v=ipjly96rzxA

estranho pois a impressão de casa que tenho é justo esta ...sem teto...sem nada...
mais uma vez a infância dá seu ar da graça falando forte a minha alma ...é a súbita sensação que percorre meu íntimo diante da queda ...

"mas era feita com muito esmero na rua dos bobos número zero!"

sim eu sou uma boba... e assim no mergulho inusitado do sábado a noite ...onde todo mundo espera algo...
outra canção ...mescla-se a anterior até sobrepujá-la...

"já morei em tanta casa que nem me lembro mais, eu moro com meus pais..."

A música é da adolescência, só não lembro se da real ou da tardia...

http://www.youtube.com/watch?v=FCwmj-R3h8k

Quantas casas me vem na lembrança, num piscar de olhos dos olhos que me olham ... a casa dos pais...
quanto tempo não moro na casa dos pais...mas lá é sempre um porto seguro, ainda que nem exista mais, ainda que os pais partam para terras distantes onde trens e aviões não podem alcançar...
em algum momento, mais cedo ou mais tarde voltamos para casa deles, a casa dos que são e foram eles em nós... O alicerce, a estrutura da casa que carregamos em nós... E na palavra lá estou eu em casa, família reunida a mesa..."Lar, doce, lar..." e na parede o quadrinho já velho"hei de vencer..." ainda que a pintura da parede não esteja de acordo... o lar sempre acolhe, mesmo sendo uma remota lembrança de um passado que lembra uma utopia, um sonho impalpável...Na involuntária queda que persiste, mergulho nos diversos cômodos de tal palavra...alguns um pouco incômodos de serem pensados...

Casa, casa, casa...

"Quem casa, quer casa..."

"E ela por que não se casa, não se casou...não se casará?"

De que casa fala o homem que tenho sabe-se lá até quando ao meu lado?
De que casa?

No meio do mergulho sinto cheiro de pão quente e ouço latidos de cachorros...
sim este sem dúvidas é um dos maiores indícios de casa, de lar que tive nos últimos tempos....
Me sinto sugada pela saudade do lar que me habitei a ter ao lado de meus fiéis companheiros de 4 patas....mas volto rápido do delírio para de volta refletir de forma consciente sobre a casa a que se refere quem me fala...mas me perco no caminho de volta e o que vejo é uma pixação da janela do trem:

"Deus salve minha doce ilusão, Deus salve meus doces sonhos..."

"-Salve!"
é assim também que as pessoas se cumprimentam vez ou outra no local que estou...ou estava...
como se precisássemos ser todos salvos deste mundo insano de casas sem fim...

Vejo que o carro procura o melhor ângulo, o melhor ponto, o local ideal bem próximo a casa!

Não, eu não estou sonhando!
( ou estou?)
Temos uma casa e é para lá que vamos! ...
O que mesmo que eu lhe respondi?
Ah sim...

"- Por mim é indiferente ir para casa agora ..."

Não...eu não posso ter dito isto...
é obvio que eu impensadamente me enganei ...
eu estou louca para ir para casa ...

Ao ver que o carro está estacionado constato mais uma vez que a casa de que me fala ou falava o homem dos olhos de amêndoas doces, o homem ao meu lado... não está distante...

 ah então esta tal de casa não é um mito...uma utopia...algo impalpável... ilusória...

"Vedi!? Oggi ho parcheggiato vicino a casa!"

Subimos os degraus a mágica cidade de loucas e circulares vielas de casas caiadas com flores nos balcões...

Nos olhamos e rimos...

"Sarà che oggi troviamo a casa nostra!"

Encontrar a casa...a nossa casa...que delícia...a proposta inconscientemente acoplada a dúvida da busca...numa cidade nas alturas de brancas nuvens ...
Passamos pela igreja, pela pequena praça...luzes coloridas no caminho e ali logo a frente ....sei que ao final da ruela temos que dobrar a esquerda como indica nossa posição política.
No fim do beco o número 11 de tanta inspiração indica o destino final.

Lá dentro tudo tão acolhedor que me permito acreditar que cada detalhe, cada coisinha ali colocada foi escolhida a dedo por mim, por nós...ou talvez por alguém que tenha o nome muito semelhante ao meu!
As almofadas com querubins, o prato branco com sutis corações dourados preso a parede...o quadro com o Santo Antônio...e os móveis herdados de família...e juro até que chego a reconhecer num bordado os meus pontos tortos.

Me sento no sofá, puxo uma cadeira para esticar as pernas...e nem sei bem ao certo porque lhe revelo que uma das coisas que mais amo nesta vida é chegar em casa e me atirar ao sofá...este ato sempre faz com que eu me sinta em casa...
Vemos um filme, outro e mais outro...eu cochilo (com discrição) várias vezes...
Até esqueço do devaneio sobre a palavra casa, de tão aconchegante que é o momento...
Na cena de um dos filmes onde uma linda atriz italiana canta enquanto bota as crianças para ninar...recordo de novo da palavra...e dos desenhos de crianças...e ainda que eu não tenha os peitos da atriz gosto da cena...tanto como gosto de crianças...e me permito pensar que ali mesmo sob aquele teto secular existem crianças a ninar, crianças para contar histórias...os olhos me olham olhar a cena do filme e parece que podem ler meus pensamentos...sim ele sabe no que estou pensando ... ao olhar a cena do filme é como se visse também meus pensamentos... E assim involuntariamente expresso escrachadamente através de meus olhos sonolentos o humano desejo de toda mulher... é impossível dissimular o que se sente quando se tem sono.

Saímos para jantar...sensação de que conheço a todos que andam por ali ...e que todos já nos conhecem...
me permito observar de fora a cena em que estou inserida... o cenário em que estou... os simpáticos e poéticos personagens... sou tragada de volta para o momento, para dentro da cena...
decido por os pés no chão, para não voar de novo... esfriou e há um certo vento...pode ser perigoso voar... lhe observo ... que lindo está ... e me olha e fala...sim...eu ouvi ele dizer:

"quando torniamo a casa guardiamo altro film?"

 ah a palavra de novo
casa... casa...casa...
sim ele sente-se em casa, pois até rouba comida do meu prato e molha o pão no molho levando a boca...

e voltamos a casa
 nos colocamos os dois juntos ao sofá para ver um outro filme...
sim estamos em casa...

reflito mais uma vez sobre o humano e cotidiano ato de estar em casa...
viver em uma casa,
ter um lar é coisa boa!

Saboreio aquele segundo como um alfajor...
como fazia com as azeitonas na janta e na minha infância...
degusto como quem degusta os melhores vinhos e me entorpeço
como quem flutua
e lembro que eu flutuei céu a fora ao pôr de sol

sim a vida é louca e dá voltas...e quantas voltas ela deu para nós estarmos ali?

Caio na real e digo a mim mesma, que o vinho está fazendo efeito e que ali não é minha casa, lembro que casa é uma coisa que eu tenho lutado por anos para não ter, que casa é raíz, e que eu nunca quis ser árvore...
Triste dedução...eu não tenho casa...
 a música do cantor de minha terra vem como se trazida pelo vento ou por alguma estrela errante... volta...

 "A casa é onde estou, a casa é onde quero estar..."

Sim eu estou aqui!
eu quero estar aqui!
ah pára pensamento...pára!

Meus pensamentos voam...e eu coloco de novo os pés no chão
este chão que piso mais sei que não é meu...

"Eu sinto os meus pés no chão! Eu estou aqui! AQUI!"

Como me disse o mestre  é preciso pensar, raciocinar e ver-se fora:

Aonde eu vou?
Como vou?
Onde e como eu quero chegar?
Devo fazer com tanto entusiasmo e olhar nos olhos dos que estão em volta...sem formalismo...e arriscando fazer coisas que ainda não faço...e descobrir por que ainda não consigo fazer...e das coisas que faço sem pensar...por que as faço???

A casa existe...
O lar sempre sobrepuja tudo!
e eu em paz me vejo de fora, deitada comodamente no sofá, envolta por seu abraço,  olho em seus olhos...

Me vem a lembrança seus olhos próximos aos meus
e que ele me perguntou o que me faltava... eu como sempre falei algo impensado e respondi sem responder...afinal, sempre tenho a sensação de que me faltam tantas coisas ou de que tenho tanto...

Mas ali...eu vi que o que me faltava era isto...
a casa...o amor...
singelo ou louco...
o círculo para me proteger... o muro redondo... e ali naquele instante perfeito onde nada parecia faltar lembrei das crianças olhando pela janela do trem, das crianças brincando e correndo em volta das árvores...e da busca nas linhas da mão para descobrir  se elas virão algum dia...
O que me falta acho que pode ser isto ...a família... a casa... as crianças, os cachorros...e o sofá...

algo que case com minhas artísticas, zens e indignadas ideias, falta a casa dos sonhos tornar-se real...com tudo que tenho direito, bons filmes, flores na janela, um delicioso sofá e uma agradável companhia...

volto a palavra, a canção, a estação...
ao olhos que me olham profundamente depois das habituais correrrias que sempre envolvem minhas partidas...
mergulho mais uma vez nos seus olhos de amêndoas doces para não esquecer
da morada de sua alma,
 do vento delicioso de sua terra
daquele sol a acariciar minha pele...
do ar puro a entrar livremente meus pulmões
da luz
e de todas as cores e sabores

e sinto o desejo de ali estar,
 e a vontade de ir é já de voltar...

Parto com a sensação de que ali nos seus olhos eu sempre terei morada certa...
(mesmo que isto seja apenas um sonho meu, uma ilusão)
dentro do trem tudo o que me permito é pensar em casa...
e sonho um dia chegar em casa...
estranho é que a sensação não é de que estou voltando para casa,
 mas sim de que acabo deixar o lar,
 o doce lar dos sonhos meus...

"a casa é onde estou..."

Estou no trem...

 "e o trem partiu da estação..."


"A casa é onde quero estar..."

No trem tudo o que penso é em casa e ...

Onde quero estar?
Com quem quero estar?
Como quero estar?

O que me falta? O que?
Já sinto falta de tudo e de todos ...
Desperto ao ouvir alguém dizer:

"tutto a posto!"

instintivamente respondo

"- Sí sí síiiiiiiiiiiiiiiiiiiii..."

raciocino bem e digo então:

"Nooooooooooooooooooooo..."


"andiamo a casa!"

...

"o tempo é minha casa..."
e um novo tempo começou depois desta partida
deste sonho
deste devaneio
deste mergulho na casa ...


A casa é uma ilusão...

e que Deus salve e proteja minha doce ilusão...


http://www.youtube.com/watch?v=j6rw0e5er7k










sábado, 30 de junho de 2012

Intermezzi





















Na minha quase secreta melanconia

dissimulada atrás do cenário

de nome face

bem caracterizada de sorriso

maquiada de "segura de si"



algo como

"Nada me falta"



Mergulhei ...mas

não era mergulho

talvez nada

ainda que por breve instante

fez sentir-me que era tudo

e mais um pouco

e ainda mais

mais que tudo

mais que eu

mais que sonho



Brilho no olhar

coração palpitante

Nenhuma amargura

corpo

alma

pensamento

só doçura


pensamentos sintonizados

desejos alucinados



Num passe de mágicas

meu sorriso

já não era

(digamos assim)

uma estratégia de marketing

uma máscara

ia além das matemáticas

perspectivas

renascentistas

do antropocentrismo

das capacidades

interpretativas



sim

eu

certa

mais que reta

curva

do pensamento

de certa

estrada longínqua

além de mim

além mar

numa outra estação



por breve instante

TUDO

como outra vez queria estar

sem titubear



retornar

voltar



dizer que tenho toda a louca capacidade

de braços abertos mergulhar

de mãos vazias

( mente e coração repletos...cheios até)

abismo

nada levo

mas jogo-me com tudo

de alma inteira

faceira



e de volta ao sorriso

onde

de fato

nada se precisa ser



deixa apenas acontecer



E de longe

sem nada falar

ouvi

em letras garrafais

o desejo

do tudo por ele

por mim

e meu

por tudo

dele

e...



sonho

(nada é impossível de ser ...de acontecer)

sim eu

num sonho

eu um sonho

no pensamento

do fascinante sonho

que em mim habitava

e habita



mergulhei

na personagem onírica

efêmera luz dos sonhos

alheios

e a saltos largos

a dançar por eles

entre

florestas mágicas e fantásticas

na copa das gigantescas árvores

fada (quase) despudorada

eu um samba enredo

em língua estranha

a tentação

em forma de gente

distante e

onipresente

uma alucinada

de coxas saradas

piegas doçura

nas palavras encantadas



Nua em alma

entre mãos que desejavam

mergulhar

até chegar no tesouro

de nome corpo

tão presente

e tão distante




saída de emergência

para as dores da alma

de aromas enigmáticos

que variavam entre

o absinto do meu pescoço

e a baunilha marroquina





minha loucura

a crer que tinha em mãos

uma declaração

não sei ao certo

se era vacilante

carta de intenções

mal intencionadas

de destituir

do mundo

todo o pudor

tudo

ou só o nada

que é o sonhar




no mergulho de espontaneidades

deliciosamente indecorosas

todas as resistências

abandonadas



olhos míopes

espiando coisas

muito além

do que os olhos

podem ver




e muito além

simplesmente

vontades

um banho de tudo



perdidos no nada



entre

o tudo quero

e o nada posso



um oceano opressor



e a razão a falar

que em tempos de crise

está proibido sonhar



e meu sonho

voando

para outras bandas



volto ao mergulho

de mundo real

deixo de lado

a tragédia

aristotélica de nome

vida

e mergulho no intermezzi



entre tudo e nada

há de haver alguma coisa



e entre o sonho

e a realidade




o que será?

o que virá?

tudo

nada




ah ...cenas cotidianas

se forem vir ao meu ouvido

venham como

voz de um barítono

selvagem



e troque

toda e qualquer prudência



fazendo da cena

do desenlace

o ápice


obs(cena)



e tudo e nada

uma só coisa



e todas incertezas

ao alcance da mão



nada entre



em meio

ao meu

e ao teu caos



inteiros

dois

um



nada mais

tudo

não pode

ser tão absurdo assim




















































































quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mergulho fantástico de nome esperança



E em meio a mais um salto
Do abismo o que vejo
São teus olhos de mar
Em queda me ponho a flutuar
Na esperança ilusória
Do amar
O oceano
Todo um céu
Que se enche
De imagens
Tal recortes de papel
Janelas virtuais

Do oceano fantástico
Que criei
A partir
Dos olhos teus
Tão meus
Sonhos e lembranças
Tudo tão nada
 uma coisa só 

Sigo a transformar- te
Em caracteres
Como se assim tivesse
A capacidade de te trazer
Para bem perto de mim
Na morada de minhas mais
Humanas expectativas
Em meio ao salto
Sinto algo em meu corpo doer
E penso
Saltei errado
Só pode ser
Num salto ornamental
O erro pode estar no dedo mínimo
Mal apoiado
Num milionésimo de segundo
Que faz o equilíbrio do corpo tender
Mais prá lá do que prá cá
E  o salto
tão belo
Scabummm
Sai assim enviesado
E em meio aos mergulhos
de meu viver
Sigo mergulhando no teu ser
Segues sendo inspiração no meu viver
Mesmo sem saberes
Te transformo em doces ou atrozes palavras
és imagens de meu pensar e pesar a todo instante
E em todos os meus quereres
te desenho de todos os jeitos
faço fotos tuas
Em expressões, gestos e cores
Que sequer podes supor
E nada podes fazer para me deter
Sei mais da tua alma que tu mesmo
Conheço já todos os  matizes da tua aura
E ainda que não saibas
E ainda sem saber
Estás publicado
Na capa e contracapa
De meu viver
Entendo como ninguém
O tudo que há em ti
De meu nada sei
Sei cada detalhe das curvas de tua personalidade
E como um pintor que trabalha
Diariamente numa mesma tela
Busco as mesclas de teu ser como um novo matiz
De um equilíbrio de cor
 Mergulho
sabor
sempre
 teus olhos
 todos meus
estreitos
 laços
 inexplicavelmente 
presos a ti
 mergulho
espetacular
 te vejo
orgulhoso e livre
leão perdido
estrada que vem a mim

 nem percebes
que toda esta tua angustia
todo este teu pesar
estreito a mim
há de se terminar
não és mar
mas sim
o reflexo dele
infinito toldo azul
teto de nome céu
 da morada de minha estrela de  luz
venha  
sem titunear
e desta vez permita-se
sem julgar
apenas mergulhar
e me amar





quinta-feira, 26 de abril de 2012

Gosto de te transformar em palavras





Gosto de te transformar em palavras
Não porque as palavras sejam melhores que tu 
(Pois se assim fosse
                             as palavras nem mais existiriam)

               Ao transformar-te em palavras
É como se eu te eternizasse 
No infinito de mim mesma
Porque assim em palavras
                                te tenho
                                   sem te ter

Te vejo sem te enxergar
Te adoro insanamente 
sem necessitar que aqui estejas
                                              em carne
                                                  osso
                                                    pecado 
                                                tentação

Ao te transformar em palavras
                                                 já não és
                                           já não sou
Te sintonizo numa estação 
                                          só minha
                                                      só nossa
E te tenho a me fitar
               com teus olhos de céu

E te tendo assim já não preciso te ter 
                                                  ou temer
É como se todo sonho já tivesse forma
                   E toda forma
coubesse nas entrelinhas 
            de minha loucura

Ao te transformar 
                           em palavras
acabam-se todos os espaços
dissipam-se todas as dúvidas
abrandam-se todas as saudades

Te tenho
     E tendo
TUDO SE BASTA

Ainda que no papel 
todas as palavras 

( Doces ou amargas
    Fortes ou singelas)

detenham-se mudas
       São elas a melhor forma
           que encontrei 
de em metáforas te eternizar

Transformar-te em palavras
             é o que me faz 
                              por um instante 
deixar de simplesmente a distância te desejar
          é o que me acalma
me faz em meio ao caos
                                 serenar

(Não permite que eu possa sequer pensar em te odiar )

É loucamente , e de mil modos, te desvendar

Gosto de te transformar em palavras
De todas formas é a que melhor encontrei de para ti me desnudar



( escrita originalmente dentro do ônibus em 24 de outubro de 2011- 18h40-Florianópolis/SC/Brasil)
                                                      (digitada ao som de La Notte-Arisa)









sexta-feira, 23 de março de 2012

Mergulho no que não é... mergulho no que não foi...


De tantos mergulhos,
 seja na utopia de mim mesma e das coisas que sempre desejei ou
 nas expectativas não alcançadas... 
um mergulho tem me feito inúmeras vezes estar em estado de apnéia...
como se a falta do ar fosse um estado de graça...
como se o frustar-se fosse algo com sabor de dulce de leche uruguayo,
com a doçura do açucar brasileiro...
ou ainda fosse aquela suntuosidade dos sorvetes italianos...

Mas infelizmente não, 
a apnéia de que falo é no mergulho desencatado
onde a utopia vira hábito de desgosto,  
pedaço de desilusão ...

Faz-se crucial pensar no infinito...
no infinito que existe em todo amor
 até mesmo no amor dos que pensam que não existe amor,
 que não são
 que não foram...

em tudo há um clic...
as vezes uma palavra ...
um milionésimo de instante 
um segundo 
e eis que as coisas invertem
mudam a direção
o sonho vira pesadelo
 o amor ódio ... 

(eu tenho tido dificuldade de odiar ... não sei se por mergulhar na evolução ou pela ausência de algo que me faz atípica diante de um mundo que confunde o humano com falta de valores... acho as vezes que o que nao é o que nao foi seja uma esquizofrenia minha...porque eu podi me vingar ...e faria isto indecentemente bem ...mas ...e aí?) 

neste ponto
não adinta forçar o que nao foi 
o que já não é
pois tudo pode sempre piorar
no mergulho do que não foi...
as coisas que eram belas ganham uma dimensão monstruosas... 
o príncipe vira um chato
 a mocinha uma menina má...
a comunicação fica comprometida...

e mesmo que os corações tenham amado 
enlouquecidamente 
devotadamente 
trocado  as mais 
belas
  poéticas 
apaixonantes
juras de amor

mesmo que os corações orgulhosamente ainda se amem ...
o entendimento 

não é possível...

é como tentar recuperar o bolo abatumado ...
não há volta!!! 
depois que o vento o solou...
nem deus desce na terra e o transforma...

agora 
se deus tem a capacidade de fazer deste mergulho do que não foi 
ser além do que se pode ser
do que se sonha ser
do que sonhamos realizar

algo vai acontecer

( e eu voltarei aqui daqui um tempo num mergulho em que direi que nao sei mergulhar em deus ...
e que não permito ...e que penso demais e blá blá blá... e que estava errada no dia que duvidei de deus intervir no bolo abatumado de nossas humanas relações de nossos tortos amores)

de fato o que não é ...
talvez
 nunca tenha sido ...
tenha se perdido 
antes de ter se achado...
e o pior , 
só se acha quem já se perdeu ...
só se perde o que se tem seguro nas mãos...

(e não me venham com aquela palhaçada de que se fossse meu não tinha partido ... 
não não é nada disso ...)

o que faz que as coisas não sejam é a falta de  força e coragem para insistir
 insistir
 no humano, 
na diferença...
insistir 
no que se quer 
mas 
dá um certo trabalho
 toda diferença cabe no mergulho de descoberta deste novo..
na diferença aqueles que amam mergulham de alma inteira nos defeitos do outro
sem cobranças ou fugas...

(mas é fácil falar ...quando não se teve a capacidade de um mergulho  na integra)

onde se vai até a falta de ar ...
até o que nao pode ser ...
na apnéia da questao...

(eu nao sei mergulhar pela metade...embora tema a falta de ar...meus mergulhos sao de alma...mas eu tenho que sentir a alma do outro vibrando em mim como  uma cancao boa daquelas em que nao se cansa de ouvir 1, 10, 100, 1000 vezes ...)

nao há virtude em dizer que ama
 e nao querer bater os braços para nadar um pouco 
se correnteza esta forte...
nadar ... 
é um nada
 que mostra como queremos entender o tudo do outro ...

(eu sempre vou amar, sempre vou mergulhar, sempre vou ser eu em essencia...e o dia que minha alma nao estiver presente nas coisas que vivo faço digo ou escrevo melhor nao ser eu desistir do mergulho
ficar na superficie de mim mesma...no nada dos habitos bestas do cotidiano...)

mais nada
tudo 

um mergulho no que não é
um mergulho no que não foi

e agora
o que será?


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http://www.youtube.com/watch?v=lO8KC63t_b8



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domingo, 4 de março de 2012

Piacere sono l’ utopia



Oggi avevo voglia di svegliarmi con le speranze rinovatte di chi sveglia in un nuovo anno
Però un altra volta niente

Nulla
e
Tutto

e
Le cose già non sono

Recentemente ho pensato  che l ‘amore non sia per me
L' ilusione e l' utopie si
Ma l’amore
non

La vivono per non fermare di andare
Per non cessare il mio tuffo
Per colorare il mare del mio orgoglio

Però si l ‘amore non è una cosa per me
Cosa sarà allora?
Niente?
Tutto?

I soldi
non è stato per me
Anche la maternità
non fu fatta per me...

e cosi ...
cosa è ?
cosa sarà?
Niente di niente
???

La mia arte?
basterà?
Niente in più?

Le cose facile ho mai voluto!
Velocemente, neanche il nome mio sembra facile
Di dire
Di potersi  capire

Giorni hanno
dove
 ritengo
che anche
la vita non è  facile
neanche mai sara

per me non è la paura
Neanche il coraggio

Per me tutto non è
E davvero
Quello che sembrava tantìssime cose
(Quasi tutto)

mi ha già fatto credere
Per un attimo
Che non può  
Essere
Per me

( illusa !
L'ùnica cosa che ti rimanga è la  vuota realtà .
Il niente  che c’è in ogni giorni
E che insiste di restare
In tutto)

 Niente
Tutto
Due cose
La stessa cosa
tra il pezzo di qualcosa
sulla stradda
in mezzo
solo
io
me
e
per me
niente

...

Cosa potrà esistere lì?
Credo che il mio peccato
Sia stato
nel
tutto
che
 senza sapere
porto con me
e
senza volere
sembrare così
chiara
trasparente
e
rischiarsi
 da sempre
a sembrare
oscena
a gli  altri


 non sono santa
neanche puttana

non sono nulla
e inseguirei
così

niente in me
da sempre
è um verò casino
traboccante
sbagliato
apassionato
è tutto

tutto quello che non ho la vera capacità d’essere
e
quello che succede da sempre:
è stato
nulla

e  non lascia spazio per diventare quello che davvero sono

questo tuffo mio è um proiettile vagante
in mezzo alla nebbia di me stessa

e io non trovo l’obiettivo  dentro
 neanche  fuori di me

meglio sparare in ària
scoppiare
tuffare in questo abissi di certezze
d’ essere in corsa tra le barriere stradali della vita
per fermare  nelle l’incertezze
meglio sarebbe non esistere
non desiderare più

Io non volevo
Molto
Davvero quello che volevo era quase niente

La speranza
Di pazzamente
Amarti
( semplice così )

E in me
per um attimo
Farti
 Trovarsi
 come mai
( e reciprocamente essere trovata e amata pazzamente per te)

Il tutto
che
 c’è 
in
questo
tutto
è
solo
 niente di niente

ma
questo tutto

crede
che
Io e te
Potessi
Diventare
semplicimente

NOI

Però  
sono nulla
E nulla sarò
E così
Da sempre
Nulla saremmo

Mi sono persa

Nel tutto che ancora resta di me
nel vuoto
che esistono 
in quello che sono

si  avessi  forze
gridava solo per te
venire da me

vieni
a
prendere cura
di me

e come la gente com famme che  andano nella metro
ti pregherei

“aiuto, aiuto ...per favore aiuto signore”

vedì
questa sono io ora

in pezzi

ma sono anche
quello
pezzo troppo bello 
che rivelassi
in me
quindi
solo um pezzo in più

per me  ancora
sei tutto
e io il tutto che sono diventata per te
la
purezza
piena di colori
chiara
cristallina
illuminata
fantastica

A.D.O.R.A.B.I.L.E.

e
superlativa
in tutti gli effetti

Il vuoto che va da me 
Vuole diventare
Più
che
tutto
in
Te

Però
Temo che tutto
Quello che sono
Finisce
Per
Trasformarsi
In
Nulla

Nei confronti
con quello
che
sei

perchè tu sei più di me


non sono
non sei
e quiza
niente saremmo
e
ora
tuffo
um altra volta
e nuoto
in questo oceano
a
cercare
Il pezzo
Del’orizzonte
Che voglio qualche giorni trovare

Questo
Tutto
gigantesco
Cielo
Mio
Che
In me
Sei
...


(Stella
cometta
Tuo safe harbor
È il vuoto
Di questo blu
Che non sei più capace di vedere)

Ostinatamente
Insisto
raggiungere

A nuoto
Vuota
Um altra volta
.
.
.
Tuffo
.
.
.
In questo
Letto di rose
In questo mare
Dei
Sogni  semplice
Che vanno
In  me stessa
...
Tutto
Inseguirà

Niente
per
 un
altra  volta
comincierà

vuota

nuota

stia sicura
arriverà
il giorno
dove
avrai
la
Capacità
di
tutto
Raggiungere
...
E la tua fortuna verrà

Tutto
Niente
Siamo
solo
L ‘utopia

Lo sapevi già?